O atual prefeito de Mauá e candidato à reeleição, Atila Jacomussi (PSB) teve uma gestão marcada por polêmicas: acusações de superfaturamento do hospital de campanha, desvio de recursos destinados a merenda e material escolar na operação ‘Prato Feito’ deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo e a Polícia Federal e sua prisão em dois momentos.
Com a chegada das campanhas eleitorais, é comum que candidatos encontrem maneiras de conquistar o eleitorado com promessas ou atacando adversários, mas em Mauá a situação tem saído do controle: vários candidatos relataram ameaças e até agressões por parte de cabos eleitorais pertencentes a equipe de Jacomussi. O Mobiliza que já denunciou essas agressões se tornou canal de recebimento de denúncias, apesar de muitos dos casos terem sido registrados B.O.
Antes de tudo, vale recapitular: logo no começo da pré-campanha, um dos casos mais notórios foi o da ex-candidata a prefeita Amanda Bispo (UP), que na manhã de 11 de agosto teve seu material de campanha roubado e jogado em frente a um dos acessos do Terminal Rodoviário de Mauá , segundo a denúncia, por um dos "capangas" do prefeito, além disso ela foi agredida e teve o seu celular arrancado de suas mãos quando filmava o ato:
Desde então, diversos candidatos e cabos eleitorais relataram agressões: integrantes da campanha do ex-candidato a vereador Dr. Luiz Cuer foram agredidos pelos supostos "capangas" do prefeito, um deles teve um ferimento profundo no queixo causado por esses homens, e teve que se dirigir a uma unidade de saúde. Apesar de registrar boletim de ocorrência e fazer corpo de delito, nada foi feito por parte das autoridades.
Apesar de ser alvo preferencial, não é só o PT que teve sua campanha intimidada, a equipe de Juiz João (PSD) também foi agredida. O relato da mulher é que homens apoiadores de Atila roubaram o material que ela distribuía, usando força física. Ela também precisou de auxílio médico.
A equipe de Sargento Simões (PODE) também foi agredida e denunciou ter tido material roubado pelos supostos "capangas". O agora vereador-eleito publicou o vídeo em suas redes sociais, que foi compartilhado pelo ex candidato a prefeitura João Veríssimo.
Outros casos são denunciados por equipes de campanha do candidato a prefeito e principal oponente, Marcelo Oliveira (PT), que relatam que já foram ameaçados de morte por homens – muitas vezes encapuzados e até armados – que levam materiais e destroem caixas de som.
No vídeo abaixo os indivíduos acusados são flagrados levando o material de campanha do Partido dos Trabalhadores, que criticava Atila, é possível ver a agressão de mais um dos supostos "capangas" a equipe de rua de Marcelo Oliveira:
Mas no segundo turno essa prática se intensificou: nesta segunda-feira (23), mais relatos de agressão e roubo de materiais usados pela equipe de Marcelo (PT).
No vídeo a seguir, uma mulher diz que foi ameaçada por homens que se passaram por policiais e estão junto do candidato a prefeito:
E em outro relato, uma outra mulher diz por áudio que foi ameaçada por um motorista de Uber, também apoiador de Atila, ao chegar no comitê de campanha do PT:
Fora essas denúncias, também há outras de crimes eleitorais na campanha de Atila. Desde som com altura acima do permitido até o uso de adesivos em postes, várias denúncias foram acolhidas com sucesso pelo TSE. O mais grave, no entanto é a compra de votos, também denunciadas aos canais do TSE, conforme testemunhas.
Recebemos denúncia a respeito de a equipe de Atila cadastrar centenas de famílias para receber cestas básicas mediante o voto no prefeito. Em 7 de outubro, recebemos imagens de um desses cadastros na Av. Adilson Dias de Souza:
De amarelo está a primeira-dama Andreia, fazendo discurso de campanha enquanto funcionários cadastram as famílias
Muitas pessoas foram até as rede sociais do prefeito cobrando pela cesta básica que ele possívelmente havia prometido, os comentários foram apagados mas o Mobiliza conseguiu guardá-los antes disso.
O que disseram?
Amanda Bispo e Sargento Simões denunciaram publicamente os ocorridos.
O Partido dos Trabalhadores emitiram nota sobre as agressões, onde lamentaram o nível de debate político praticado por Atila.
Juiz João e o PSD disseram que prestaram socorro aos trabalhadores agredidos e entraram com medidas legais.
Nem Atila nem o PSB se posicionaram.