Ato denuncia racismo no Assaí de Mauá

Na noite de ontem(09) quase 200 pessoas da sociedade civil e entidades do movimento negro e LGBTQI+ reuniram-se em frente ao mercado Assaí atacadista localizado na cidade de Mauá.

A jovem foi vitima de racismo por parte de seguranças da rede de atacadistas, a empresa diz em nota que o funcionário foi demitido.

Pronunciando palavras de ordens onde se cobra providências da atacadista, pelo ato racista cometido pela equipe de segurança do supermercado contra uma jovem LGBT, Alan, mais conhecida como Mary Onnet, de 23 anos.

Tudo aconteceu durante a noite em 06 de Julho, onde Mary, ao adentrar no mercado para realizar suas compras, viu que o mercado tinha alto movimento e decidiu por não realizar compras naquele momento, prezando pela sua segurança em relação ao Covid-19, abandonou seu carrinho e se retirou do mercado. Ao sair foi seguida por seguranças que a abordaram acusando-a de estar em porte de arma de fogo, relatou Mary Onnet.

A jovem fez uma filmagem no estacionamento do local denunciando as praticas sofridas, que viralizou no Instagram.

No ato as palavras de ordens eram "vidas negras importam", "o racismo deve acabar" e "até quando isso vai continuar?", expressadas em forma de protesto. Diversos manifestantes proferiam palavras de apoio a jovem e incentivaram que mais jovens também realizassem denúncias de outras práticas racistas, pois "a luta não vai parar" como disse um dos manifestantes.

A polícia esteve no local, acompanhou a saída dos manifestantes, que caminharam pela avenida deixando apenas uma faixa liberada para o trânsito local, alguns dos veículos que passaram expressaram apoios através de buzinas ou acenos, a manifestação acabou em frente do terminal rodoviário e ferroviário da cidade. Com uma duração de quase 2 horas, no fim do ato a jovem que sofreu o racismo agradeceu a presença de todas as frentes que lá estavam, então os manifestantes realizaram uma pequena intervenção cultural, recitando poesias, letras de músicas que denunciavam o racismo e traziam esperança para quem ali estava seguir denunciando tais práticas.

"Através do alcance dos meios de comunicações e redes sociais, hoje estamos conseguimos denunciar as práticas racistas, que a comunidade sofre durante esses 520 anos de história brasileira. A importância do ato é marcar aquele local, para que pensem antes de realizar qualquer ato. É chamar a população da cidade para a discussão racial e mais do que isso, encorajar as pessoas a cada vez mais denunciar. Esperamos providências por parte dos responsáveis do local, por parte do prefeito da cidade na atuação de sua GCM. Estamos fortes e unidos contra toda essa discriminação que houver nessa cidade."

- Daniel Silva, Secretário de Combate o Racismo da JPT Mauá

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O que diz a empresa?

Em nota o Assaí atacadista anuncia que demitiu o funcionário em questão e que não tolera atitudes discriminatórias, veja a íntegra:

COMUNICADO DO ASSAÍ ATACADISTA AOS(AS) NOSSOS(AS) CLIENTES

Tivemos conhecimento dos fatos narrados pelo cliente Alan na noite do dia 06 de julho, ocorridos no mesmo dia na loja de Mauá. Entramos em contato com o Alan hoje (08) para nos desculparmos pessoalmente pela situação que ele vivenciou na nossa loja e incluí-lo no processo de averiguação dos fatos.

Após rigorosa investigação interna, a partir das informações passadas por todos(as) envolvidos(as) e checagem das imagens disponíveis, concluímos que o fato do nosso cliente ter saído pela porta de entrada do estabelecimento não justificava a sua abordagem no estacionamento por parte do nosso segurança, por estar em desacordo com o procedimento da empresa. Nestes casos, o procedimento é simples orientação de sair pela porta de saída, se assim o cliente quiser. Dessa forma, decidimos pela imediata demissão do funcionário.

Adicionalmente, estamos reforçando com todo o time de lojas os procedimentos e a conduta esperada pelo Assaí no relacionamento com todos(as) nossos(as) clientes. Não toleramos nenhuma atitude discriminatória ou desrespeitosa, o que está explícito em nosso Código de Ética e na Política de Diversidade e Direitos Humanos da companhia. Qualquer denúncia contrária a essa orientação é rigorosamente apurada e, se comprovada a veracidade, tomamos imediatamente as providências necessárias.

Ao Alan reforçamos publicamente e pessoalmente nosso pedido de desculpas pelo que aconteceu e a todos(as) os(as) nossos(as) clientes reiteramos o nosso compromisso de melhoria constante e vigilância no cumprimento dos nossos processos.