"Matilha" de Francisco el Hombre faz chamado ao público

A banda Franscisco el Hombre lançou, na semana passada o clipe de sua nova música "MATILHA :: coleira ou cólera" e apesar de bastante animada e até carnavalesca, sua letra retrata alguns acontecimentos trágicos que o Brasil tem passado.

Um clipe poderoso traz mais referências, expandindo o debate para todo o continente e conversando com a origem latina da banda: seus fundadores são mexicanos naturalizados. Uma dessas figuras latinas é o cão Negro Matapacos que virou símbolo dos protestos no Chile por defender manifestantes dos abusos policiais.

Poderíamos ficar horas discutindo cada uma das referências deste clipe, desde a lama tóxica atirada pela polícia e o óleo derramado aos cartazes colados em frente ao local do confronto que a história conta: um confronto entre o povo e as autoridades.

Os cartazes fazem referências a diversos episódios, como o assasinato de Agatha Félix, da vereadora Marielle Franco, dos jovens em Paraisópolis e dos militantes Guajajara. Ainda lembra dos casos de censura à HQ da Marvel com um beijo ou quando o Ministro comparou o porte de arma ao de um liquidificador.

Mas o que chama mais atenção no clipe da banda de Campinas é a convocação feita ao seu público. Mesmo depois de derrotados e derrubados, os manifestantes se juntam (inclusive a Polícia) para derrubar o senhor que comemora o assassinato ordenado por si, numa referência direta ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).

Na esquerda foto reproduzida do clipe de Matilha, à direita o governador Wilson Witzel comerando a morte de um sequestrador.

Não é díficil entender o recado que a banda quer passar com Matilha, basta olhar para as estrofes finais:

Vamo fazer ele cair, tremer A matilha faz o chão tremer Faz o chão tremer